Consumo e sociabilidade numa feira de brechós no coração do subúrbio carioca
DOI:
https://doi.org/10.22398/2525-2828.51356-72Resumo
O presente trabalho faz uma análise da Feira das Brecholeiras, realizada semanalmente, embaixo do viaduto Negrão de Lima, em Madureira, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo focado no consumo e na sociabilidade presente nesse evento, que comercializa todo tipo de mercadoria. De bijuterias a roupas de grife. A feira surgiu em 2012 como um encontro de dez mulheres, que se reuniam na estação de trem de Madureira, apenas para “desapego” de roupas que entulhavam os armários. O evento cresceu e hoje os números impressionam: são cerca de 100 expositores a cada edição, além de um cadastro de reserva formado por aproximadamente 800 interessados, um cartão de crédito (Brecholeira’s Card) para facilitar as vendas e uma página no Facebook com mais de 112 mil membros. Aliando abordagem etnográfica, por meio da observação participante, e pesquisa bibliográfica, pretende-se mostrar como esse evento, que reúne principalmente vendedoras, que se intitulam donas de brechós e sacoleiras ao mesmo tempo - daí a explicação para o nome da feira - é capaz de atrair frequentadores que buscam artigos usados, num espaço considerado de pechincha. Um dos objetivos do trabalho é analisar o consumo como um fenômeno cultural e mediador de relações sociais e a sociabilidade como elemento central nas relações entre as brecholeiras e os frequentadores da feira.
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