Consumo, sociabilidade e memória no processo de ressignifcação identitária: o caso da Feira de Refugiados Chega Junto.
DOI:
https://doi.org/10.22398/2525-2828.51373-90Resumo
Resumo:
A sociedade contemporânea apresenta uma complexidade socioeconômica e política que impacta, sobremaneira, na economia e na rotina de várias sociedades. Neste cenário, o imigrante-refugiado se apresenta como um sujeito híbrido por excelência, símbolo do sujeito contemporâneo, ao mesmo tempo nativo e estrangeiro, cosmopolita e de lugar nenhum, se configurando como um objeto de reflexão para entender os fenômenos sociais e políticos que marcam a contemporaneidade. As pessoas consomem para fins de reprodução física, social e identitária. Neste artigo, apresento a Feira de Refugiados Chega Junto como um locus de consumo (material e imaterial), interações e sociabilidades. Na Feira, para além do viés transacional, são desenvolvidas múltiplas sociabilidades entre os vários atores sociais presentes. Isto ocorre tendo como pano de fundo, paradigmas já existentes, tangibilizados por regras e códigos próprios, presentes no cotidiano dos moradores da cidade. Enquanto preparam os pratos típicos, os refugiados são invadidos por lembranças de uma vida não mais possível e independentemente da questão comercial, este ato é, para eles, uma forma de reconstituir vínculos perdidos. Mesmo fragmentada e sujeita a variações, a memória dá a estas pessoas, um sentido de continuidade e coerência no tempo. Imersos num novo tecido social, surgem novas identidades, formas de experiências, aprendizados e sociabilidades. Aliada a pesquisa bibliográfica, será realizado o registro de fatos e impressões, resultante da observação participante da Feira de Refugiados Chega Junto, localizada no Rio de Janeiro.
Palavras-chave: Identidade, Consumo, Memória, Sociabilidade, Interação.
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