Eu faço meu destino: uma análise do marcador social de gênero no filme Alice no País das Maravilhas
DOI:
https://doi.org/10.22398/2525-2828.092740-56Palavras-chave:
Marcadores sociais da diferença, Gênero, Cinema, Alice no País das Maravilhas, Análise fílmicaResumo
O artigo analisa a representação da mulher no filme Alice no País das Maravilhas (2010), de Tim Burton, por meio da cena do pedido de casamento recebido por Alice. O objetivo é entender como o marcador social de gênero atua nessa narrativa e qual a mensagem oculta no enredo para os dias atuais. Para isso, foram aplicadas como metodologia a Análise Textual e a Análise da Imagem, ambas estudadas pela Análise Fílmica. Como categorias de análise, foi observado o posi- cionamento da personagem na cena. No filme, nota-se que o marcador de gênero surge na forma como a mulher é subordinada e destinada a se tornar dona do lar, colocando os desejos alheios à frente dos seus, algo que a protagonista Alice interrompe ao longo de sua jornada.
Referências
ALICE no País das Maravilhas. Direção: Tim Burton. Produção: Jennifer Todd, Joe Roth, Richard D. Zanuck, Suzanne Todd. Elenco: Johnny Depp, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Crispin Glover, Mia Wasikowska, Matt Lucas. [S. l.]: Disney, 2010. Disney+ (112 min.), son., color.
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. 4. ed. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970. BERNARDET, Jean-Claude. O que é cinema. São Paulo: Brasiliense, 2008.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 16. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
CARROLL, Lewis. Alice no País das Maravilhas. Petrópolis: Arara Azul, 2002.
COSTA, Lourenço Resende da. História e Gênero: a condição feminina no século XIX a partir dos
romances de Machado de Assis. Revista Eletrônica Discente História.com, v. 1, n. 2, p. 67-81, 2013.
FABRÍCIO, Cybelle Leal. Marginalização feminina na era vitoriana representada no romance Tess, de Thomas Hardy. 2015. Artigo Científico (Graduação em Letras) – Universidade Federal do Amazonas, Amazonas, 2015. Disponível em: https://edoc.ufam.edu.br/retrieve/4add879d-655b-43d9-8020- 10e26cd2b6aa/TCC-Letras-2015-Arquivo.011.pdf. Acesso em: 11 out. 2023.
FRANCHETTO, Bruna; CAVALCANTI, Maria; HEILBORN, Maria. Perspectivas antropológicas da mulher. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.
GOFFMAN, Erving. A representação do Eu na vida cotidiana. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. São Paulo: LTC, 1988.
JANUÁRIO, Soraya Barreto. Feminismo de mercado: um mapeamento do debate entre feminismos e consumo. Cadernos Pagu, Campinas, n. 61, e216112, 2021. Disponível em: https://periodicos.sbu. unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8666968. Acesso em: 25 jul. 2024.
KELLNER, Douglas. A Cultura da Mídia. Bauru: Edusc, 2001.
LEANDRO, Aderci Flôres; FREIRE, José Alonso Tôrres. O mercado matrimonial em Senhora, de José de Alencar. Primeira Escrita, n. 5, p. 93-100, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index. php/revpres/article/view/7839/5799. Acesso em: 07 jan. 2024.
LERNER, Gerda. A Criação do Patriarcado. São Paulo: Cultrix, 2019.
LIMA, Sónia Aires. By the labour of my hands: a emancipação através do Trabalho: protagonistas femininas na ficção de Anne Brontë. 2018. Dissertação (Mestrado em Estudos Ingleses e Americanos) - Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2018. Disponível em: https:// repositorio.ul.pt/handle/10451/32657. Acesso em: 08 ago. 2024.
LOPES, Christiane Maria. A mulher na Era Vitoriana: um estudo da identidade feminina na criação de Thomas Hardy. 1986. Dissertação (Mestrado em Literaturas de Língua Inglesa) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1986. Disponível em: https://acervodigital.ufpr. br/xmlui/bitstream/handle/1884/24338/D%20-%20LOPES%2c%20CHRISTIANE%20MARIA. pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 05 nov. 2023.
MACEDO, José Rivair; MONGELLI, Lênia Márcia (org.). A Idade Média no Cinema. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.
MARQUES, Barbara Refosco; WEINMANN, Amadeu de Oliveira. Como as mulheres são retratadas no cinema de Hitchcock? Rua, 2019. Disponível em: https://www.rua.ufscar.br/como-as-mulheres-sao- retratadas-no-cinema-de-hitchcock/. Acesso em: 08 mar. 2024.
MELLO, Luiz; GONÇALVES, Eliane. Diferença e interseccionalidade: notas para pensar práticas em saúde. Cronos, v. 11, n. 2, p. 163-173, 2010.
MENDES, André Melo. Metodologia para análise de imagens fixas. Belo Horizonte: PPGCOM UFMG, 2019. MIGUEL, Luis Felipe; BIROLI, Flávia. Feminismo e Política. São Paulo: Boitempo, 2014.
MONTEIRO, Maria Conceição. Figuras errantes na época vitoriana: a preceptora, a prostituta e a louca. Fragmentos, Florianópolis, v. 8, n. 1, p. 61-71, 1998.
NELSON, Heather Lea. The law and the lady: consent and marriage in nineteenth-century British Literature. 2015. These (Doctor of Philosophy) - Purdue University, Indiana, 2015. Disponível em: https://docs.lib.purdue.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1456&context=open_access_dissertations. Acesso em: 08 ago. 2024.
PENAFRIA, Manuela. Análise de Filmes - conceitos e metodologia(s). In: CONGRESSO SOPCOM, 6., 2009, Lisboa. Anais [...]. Lisboa: Universidade Lusófona, 2009. p. 1-11. Disponível em: https://arquivo. bocc.ubi.pt/pag/bocc-penafria-analise.pdf. Acesso em: 08 ago. 2024.
RIBEIRO, Djamila. Lugar de fala. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019. (Feminismos Plurais).
SANTOS, Karoline Leandro. O feminino no cinema: as comédias românticas teens dos anos 90. Dissertação (Mestrado em Cinema) - Universidade Beira Interior, 2021. Disponível em: https:// ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/11250/1/8076_17382.pdf. Acesso em: 05 nov. 2023.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & realidade, v. 20, n. 2, p. 71-99, 1995.
SILVA, Márcio Azevedo da. A linhagem de Jane Eyre: a degradação da personagem governanta em Amar, verbo intransitivo e a queda do gênero gótico em Nine Coaches Waiting e The Mistress Of Mellyn. 2022. Tese (Doutorado) - Universidade de Brasília, Brasília, 2022. Disponível em: http://www. realp.unb.br/jspui/bitstream/10482/44952/1/2022_MarcioAzevedodaSilva.pdf. Acesso em: 10 jan. 2024.
SMELIK, Anneke. Feminist film theory. In: PAM, Cook; BERNINK, Mieke (ed.). The cinema book. London: British Film Institute Publishing, 1999. p. 353-365. Disponível em: https://repository.ubn. ru.nl/handle/2066/105584. Acesso em: 05 nov. 2023.
STRATHERN, Marilyn. O gênero da dádiva: problemas com as mulheres e problemas com a sociedade na Melanésia. Campinas: Editora Unicamp, 2006.
TOLEDO, Maria Thereza. Uma discussão sobre o ideal de amor romântico na contemporaneidade: do romantismo aos padrões da cultura de massa. Revista Eletrônica do Programa de Pós- Graduação em Mídia e Cotidiano, n. 2, p. 201-218, 2013. Disponível em: https://periodicos.uff.br/ midiaecotidiano/article/view/9687/6812. Acesso em: 03 mar. 2024.
ZAMBONI, Marcio Bressiani. Herança, distinção e desejo: homossexualidades em camadas altas na cidade de São Paulo. 2014. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em: https://www. teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-07052015-151308/pt-br.php. Acesso em: 07 ago. 2024.
ZOLIN, Lúcia Osana. Crítica feminista. In: BONNICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana. (org.). Teoria Literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. Maringá: EDUEM, 2010. p. 217-242.
ZWIER, Abigail J. Just another teen movie: analyzing portrayals of teenage romantic relationships across a decade of top-grossing teen films. 2012. Thesis (Master of Arts) - Department of Communication Studies, Colorado State University, Colorado, 2012. Disponível em: https:// mountainscholar.org/items/714cf3e2-1707-4589-bfc4-ffbe512bbeab. Acesso em: 07 ago. 2024.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Deborah Luísa Vieira dos Santos, Ele/Dele, Ela/Dela
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista.
Ressaltamos que a responsabilidade dos artigos é de exclusividade do(s) autor(es) e não reflete, necessariamente, a opinião dos Editores ou da ESPM.